Cocodrilo Verde
Ontem me chamaram de radical. Um amigo de um amigo meu.
Isso me fez parar um segundo e pensar nos meus desejos imediatos, que eram, por ordem de "imediatez", que chegasse a cerveja preta que eu havia pedido, voltar pra casa e terminar de ler um livro para a minha tese, terminar a minha tese e ir a Cuba.
Quero ir a Cuba (e já fui muitas vezes, de muitas maneiras, só não ainda fisicamente) desde sempre, queria viver uns tempos lá, passar bem bem e bem mal, namorar uns quantos cubanos e aprender a usar lenço na cabeça daquela maneira que usam as cubanas e que não as fazem parecer deprimentes, como lenços na cabeça geralmente fazem. Tudo isso antes que se anuncie a morte de Fidel e todo mundo lá comece a falar inglês.
Um professor e amigo meu viveu em Cuba, exilado pelo regime franquista, e conheceu o Comandante em pessoa. Eu tinha a ilusão de ir, na qualidade de mestranda, que estuda história das revoluções sociais e direitos humanos, aluna de alguém que já fumou purros com Fidel e pedir uma audiência com ele, tirar uma foto e dizer que ele é o cara.
Agora só na outra vida, mas conhecer La Habana ainda é possível, se eu tratar de correr.
Eu queria ter dito tudo isso ao cidadão que me acusou de radical. Assim ele poderia me chamar de radical com mais propriedade, mas como eu sou radical, não posso argumentar, afinal, ambos conceitos não se combinam.
Às vezes, até dar motivos às presunções alheias é difícil.
2 comentarios:
Bom, em outra vida, outra situação...
ou como diriam:
"pensar enlouquece"
e é verdade...
=)
fidel morreu. ele é o contrário de elvis. elvis é o rei.
"os comunistas sao contra o lucro. eu sou contra o prejuizo." - millor
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